A publicidade nas nossas telas: como evitar a superexposição das crianças?
29/01/2020 — Maria Clara Sidou Monteiro
Em tempos de pandemia do Covid-19, ficamos mais em casa, e a internet se tornou ainda mais nossa aliada para os afazeres da vida, desde o home office a momentos de lazer. As redes sociais tiveram seu uso amplificado com mais acessos aos conteúdos publicados, o que consequentemente significou no aumento à exposição de anúncios nos mais diferentes formatos e para todos os públicos, incluindo o infantil.
As crianças passaram a ficar mais tempo em casa, o que acarreta maior uso de celulares, televisão e videogames como forma de distração. No caso específico do celular, assistir a conteúdos como vídeos é uma prática exercida por 83% das crianças e adolescentes brasileiros desde 2019, segundo a pesquisa Tic Kids Online Brasil (2020), e com a pandemia a tendência é aumentar esse consumo de entretenimento. Tudo isso favorece a publicidade, que passa a ser a companhia desse público por meio das telas. Além disso, esse tipo de comunicação apresenta artimanhas para se disfarçar dentro do entretenimento por meio de aparições em vídeos nas redes sociais, alcançando milhões de expectadores com a ajuda dos influenciadores digitais.
Por isso, é importante conversar com a criança enquanto ela assiste aos vídeos no celular ou na televisão, sem críticas, mas com o intuito de descobrir seus interesses e ajudá-la a perceber quando um conteúdo tem cunho comercial. Por exemplo, em vídeos de recebidos (unboxing), podemos perguntar como ela acha que o influenciador conseguiu os produtos ou o porquê aquela rede social mostra determinado anúncio. No diálogo, podemos incentivar o senso crítico da criança em relação ao que consome.
Para saber mais sobre essa relação infância, publicidade e redes sociais, você pode ler o meu livro: Crianças e consumo digital: a publicidade de experiência na era dos YouTubers.
OBS: Texto publicado originalmente no site da Editora Appris.