Diagnóstico de marca profissional — case completo

Maria Clara Monteiro
6 min readMay 31, 2021

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Splash screen do quiz “Diagnóstico de marca profissional”

Resumo: desenvolvimento de um produto digital, um quiz, a fim de promover o entendimento sobre a comunicação publicitária, mais especificamente a criação de identidade visual para profissionais da saúde.

Este post é o compilado das principais atividades e etapas do processo de UX design do case. Quem quiser ler sobre cada parte em separado, os títulos possuem os links de cada postagem :)

Problema

Ao trabalhar com profissionais da Saúde notei uma dificuldade em saber o que precisavam fazer para alcançar o seu público-alvo, seja para divulgar seu consultório ou para falar da Covid-19. Por exemplo, eles já relataram questionamentos sobre delimitação de público-alvo das suas ações comunicacionais, como escolher um meio de comunicação (site, mídias sociais, aplicativos de mensagens, e-mail marketing) para divulgar as informações, além de não saber quais os requisitos para uma identidade visual acessível em todos os conteúdos.

Portanto, tomei para mim essas dores e tentei resolvê-las com o UX design de forma que a linguagem publicitária tão banal para mim se tornasse mais clara para todos. E este foi o briefing para criar um produto digital gamificado sobre comunicação publicitária para todos.

Pesquisa

Como pesquisadora de longa data, confesso que fiquei ansiosa por essa etapa. Finalmente, colocaria em prática o que já sabia sobre metodologias de pesquisa. Logo, iniciei pelo desk research, ou seja, a pesquisa sobre o que já se tem escrito relacionado ao problema.

Quando procurei sobre conteúdos que englobassem identidade visual, branding e marketing pessoal, me deparei com diversos formatos de blogs e vídeos. Então, veio um insight: como tudo isso está chegando aos profissionais da saúde? Essa dúvida só poderia ser respondida falando com as pessoas. Foi então quando comecei a recrutar voluntários.​

O primeiro passo foi formular um questionário, etapa quantitativa, com perguntas fechadas e algumas abertas. Trago duas questões que mostram como a comunicação está dentro do trabalho do profissional da saúde:​

- sobre os termos pesquisados com destaque para marketing pessoal. Isso se deu já que muitos profissionais da saúde são empreendedores.​

- o Google é onde eles mais buscam por conteúdos relacionados ao marketing. Foi por causa dessa informação que adicionei o Google à análise de benchmark que falarei mais ao final do texto.​

Convidei as mesmas pessoas que responderam o questionário para a etapa qualitativa, as entrevistas.​

Eu queria encontrar informações que ajudassem a gente fazer tudo gratuito. Depois de uma semana pesquisando em sites que apareceram no Google e não ajudou muito. (Entrevistada F.)

Nas entrevistas, os participantes, profissionais da Saúde empreendedores, mostraram que existe interesse em criar identidade de marca como forma de divulgação do negócio. Porém, os participantes apontaram que as informações disponíveis no mercado não os auxiliaram para fazer suas identidades de marca, pois os conteúdos estavam difusos. É preciso pensar num produto digital que indique requisitos para uma comunicação publicitária dos profissionais.

Tudo isso só foi possível de obter graças à etapa de UX research, fase preciosa de escuta e de análise de dados a fim de conhecer e entender o usuário. Com base no perfil dos participantes, consegui criar uma persona para simbolizar o público que precisava ser ajudado.

Além disso, a pesquisa possibilitou fazer o mapa de empatia e o benchmark. O primeiro serviu para sistematizar as informações coletadas com os participantes das duas etapas da pesquisa. Já o benchmark foi crucial para analisar o que já se tem no mercado como possíveis soluções aos problemas relatados. Para produzir esses materiais, Figma e Miro foram as ferramentas utilizadas.

Ideação

Depois de encontrar um problema, fazer a UX research quantitativa e qualitativa, estava na hora de começar a organizar tudo para criar um produto digital.

O primeiro passo para isso foram os Jobs Stories. Um exemplo: Quando for fazer minha identidade visual, eu quero uma plataforma que indique os itens necessários para que eu consiga solicitar os materiais digitais e impressos. Com base nos Jobs Stories, foi possível fazer o fluxo de usuário.

Você provavelmente deve estar pensando em como cheguei nesse “pequeno fluxo”. Como trabalho melhor em equipe, tive a parceria da minha mentora no curso da Awari, Tayná Fujishima, que me auxiliou a pensar num produto digital. Em uma de nossas conversas, surgiu a ideia de fazer um quiz sobre comunicação publicitária/marketing de forma a tornar lúdico o processo de entendimento para os profissionais da saúde. O quiz é uma ótima forma de apresentar os requisitos básicos para uma identidade de marca ao mesmo tempo que pode oferecer uma recompensa ao final, no caso, um e-book sobre a temática. Logo, o fluxo de usuário envolve as etapas do quiz. Também fiz um sitemap que guiou a criação dos wireframes. Após testes com a mentora, segui para o visual design das telas que serviriam para prototipação e testes com usuários.

Lembrando que tudo isso foi pensado de acordo com as conversas com as pessoas.

Produto

Algumas das telas do “Diagnóstico de marca profissional”

O desenvolvimento do quiz “Diagnóstico de marca profissional” foi um trabalho conjunto meu com a mentora e com os participantes da pesquisa.​

Por que digo isso? Porque sem eles não haveria troca de conhecimento de forma que o produto final entregasse algo para o usuário.

O processo de criação das telas envolveu pesquisar cores mais utilizadas para o público e a escolha pelo dispositivo móvel, já que, segundo pesquisas como a TIC Domicílios, o acesso está crescendo exponencialmente.​

O fluxo do usuário segue com as telas de explicação sobre o quiz, 15 perguntas fechadas e um diagnóstico dividido em três perfis com base na pontuação: iniciante — quando a pessoa ainda está começando a fazer sua marca; intermediário — quando já possui alguns materiais; e avançado — o profissional já tem nome no mercado, mas pode fazer alguns aprimoramentos. No final, o usuário terá acesso a um e-book sobre os requisitos para a identidade visual e o branding de marca.

Após fazer as telas e o protótipo de alta fidelidade, segui para os testes de usabilidade com os mesmos participantes da pesquisa. Essa foi a parte mais interessante do processo, pois tive a possibilidade de ver como o produto se comportaria com os possíveis usuários, os profissionais da saúde.​

Fiz remotamente os teste com o uso da plataforma Maze. Depois do feedback deles, fiz pequenos ajustes como o botão para o Whatsapp e o texto do resultado. Todos falaram que entenderam o quiz e acharam rápido de fazer.

O principal aprendizado com esse case é que o mais importante é ouvir o usuário. Sem as pessoas que participaram das etapas quanti, quali e dos testes de usabilidade, eu não teria chegado ao resultado do quiz. Como profissional da comunicação, foi preciso me afastar da área e tentar enxergar com outros olhos o que os usuários precisavam.​

Para o futuro, espero poder implementar o quiz em domínio próprio e publicar o guia “Sua marca profissional” com explicações sobre os tópicos abordados nas perguntas. Além disso, também farei as telas para outros formatos como tablets e computadores, ampliando assim as possibilidades de acesso.

Quer ver o fluxo completo do quiz? Dê o play :)

Agradeço ao meu instrutor Luciano Infanti pelas aulas maravilhosas com bastante conteúdo sobre UX. Sua fala me possibilitou abrir a mente sobre as inúmeras possibilidades de trabalhos focados para os usuários. Também agradeço a minha mentora Tayna Fujishima pelo olhar criterioso que me ajudou a aprimorar o case. É nisso que acredito, na construção coletiva.

Contato

Maria Clara Monteiro, UX designer

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